Medicina Nuclear: afinal, o que é isso?

Muitos
ainda se surpreendem com esta denominação. Uma coisa é inegável: o
termo NUCLEAR é forte, sempre nos desperta curiosidade e por vez temor,
uma vez que ora se associa à tecnologia de ponta e ora se associa a algo
que deve ser controlado e respeitado. Medicina Nuclear também desperta
esta “curiosidade” por utilizar a radioatividade em prol da saúde.
Medicina
Nuclear é uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de
Medicina (CFM) e pela Associação Médica Brasileira (AMB) realizando
imagens de diagnóstico desde a década de 50. Hoje consolida-se como área
diagnóstica que analisa imagens funcionais criadas a partir da
utilização de baixas doses de radiação e possui um futuro promissor na
área de terapia, representado pelos tratamentos da tireoide e de dores
ósseas causadas por câncer.
A
ideia de que a Medicina Nuclear atua sempre ligada às patologias
oncológicas é errônea, sendo utilizada também em vários estudos
funcionais dos diversos órgãos com ênfase em cardiologia, ortopedia e
pediatria. É importante ainda que fique claro que esta não concorre nem
substitui a Radiologia, visto que enquanto a Medicina Nuclear estuda a
função dos órgãos e sistemas do organismo, inclusive quantificando-os, a
radiologia fornece os dados morfológicos e anatômicos, sendo portanto
métodos que se complementam a todo momento.
A
Medicina Nuclear moderna, como dito acima, é utilizada por varias
especialidades. A cardiologia, por exemplo, é uma das que mais utiliza
este método. No estudo do coração ela permite avaliar, por exemplo, se
existe alguma área que esteja sofrendo com a “falta de sangue” (a famosa
isquemia, causada por problemas das coronárias). Desta forma podemos
prevenir infartos ou avaliar qual a parede do coração que esta em
“risco”. Alem disto nos permite avaliar como o coração esta contraindo,
muitas vezes antes que algum sintoma apareça. Ainda sob o âmbito da
cardiologia ou da clínica médica, é possível avaliar-se também de forma
rápida e precisa a temida embolia pulmonar (uma das principais causas de
morte súbita) e as hipertensões arteriais (pressão alta) de origem
renovascular de difícil controle.
No
campo da oncologia o papel da Medicina Nuclear está muito bem
estabelecido. A Cintilografia Óssea, por exemplo, pode detectar
metástases (espalhamento do câncer) 6 meses a 1 ano antes de que se
espere alterações em outros exames dos ossos. Isto sem falar no PET/CT
que é o que existe de mais moderno na área do diagnostico e
acompanhamento de lesões na oncologia infelizmente pouco disponível, em
nosso país.
Como
todo método de tecnologia de ponta que acompanhe as evoluções
constantes e rápidas da ciência atual, associado ainda a todas as
implementações de segurança e radioproteção obrigatórias exigidas pelos
órgãos sanitários e pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, a
Medicina Nuclear torna-se uma especialidade de alto custo que, no
entanto, felizmente encontra-se quase que totalmente coberta pelas
tabelas dos diversos convênios, inclusive pelo Sistema Único de Saúde,
proporcionando acesso integral a toda a população.
Publicado em: 18/02/2020 | Textos relacionados | Página principal